terça-feira, 11 de junho de 2013

É Uma Adega Portuguesa Com Certeza


    A tarde está quente. O abrir da porta solta a frescura da adega, um odor leve a vinho também. Cascas de queijo e couratos de presunto sobre a mesa denunciam que ainda há pouco houve vida aqui dentro. Um copo logo ali ao pé, agarrado pelas mãos firmes de quem trabalha a vinha, recebe o vinho que a torneira da pipa chora. Abre, jorra, fecha. O copo está cheio. Destapa-se o queijo, o cheiro convida à prova e o paladar à bebida. É uma adega à antiga sim senhor, mas o vinho novo merece todas as mordomias da prova que os vinhos mais caros do mundo. Aliás, merece mais porque quem o oferece foi quem trabalhou a vinha, quem vindimou as uvas, quem as pisou. Todos os sentidos são postos à prova quando o copo pousa nos lábios e o líquido banha a boca. É vinho bom, das vinhas das aldeias portuguesas, das adegas do nosso Portugal rural.

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