segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Do Terramoto à Ruína

A 9 de junho de 1998 tinha lugar na Ilha do Faial (e em todo o grupo central), no arquipélago do Açores, um sismo de magnitude 5,8 na escala de Richter. O sismo deu origem a uma vasta destruição, provocando 9 mortes, mais de uma centena de feridos, vários milhares de desalojados e 1500 casas totalmente destruidas.
Aqui vemos o que resta do Farol da Ponta da Ribeirinha.




sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Carvalho, a árvore mãe

Quem nunca descansou à sombra fresca de um carvalho gigante numa tarde quente de Verão? Essa árvore mítica, bela, imponente e parte fundamental da floresta autóctone portuguesa. Um carvalho é uma árvore do género quercus, de folha caduca e existem aproximadamente 600 espécies existentes desta planta que podem atingir os mil anos de tempo de vida. De uma estética maravilhosa, mais pequenos ou maiores, dão um clima encantado às nossas matas, principalmente quando as folhas encorpam as melancólicas cores de Outono. Passear num carvalhal ou numa floresta com muitos carvalhos, desperta na nossa mente fantasias adormecidas desde crianças. Faz-nos lembrar as fadas da floresta, os duendes que vivem nos seus grossos e rugosos troncos, os animais que vivem felizes numa comunidade cheia de vida. As bolotas são a suas sementes, que com sorte são levadas por pássaros que as enterram e esquecidas por estes, acabam por brotar dando origem a um novo ser.

Fazer parte da floresta autóctone é fazer parte da originalidade e criação de um território. Desta forma, em conjunto com o castanheiro, o medronheiro, o loureiro, o sobreiro, entre outros, fazem com que as florestas estejam mais adaptadas às condições do solo e do clima do território, por isso são mais resistentes a pragas, doenças, longos períodos de seca ou de chuva intensa, em comparação com espécies introduzidas. Ajudam a manter a fertilidade do espaço rural, o equilíbrio biológico das paisagens e a diversidade dos recursos genéticos. Fazendo parte do nosso ecossistema, são importantes lugares de refúgio e reprodução para um grande número de espécies animais autóctones. Exercem um importante papel na regulação e melhoria do clima. Regulam o ciclo hidrológico e a qualidade da água, formam solo e servem ainda de matéria-prima a produtos fundamentais na vida quotidiana. Embora de crescimento mais lento, quando bem desenvolvidas, são normalmente mais resistentes e resilientes aos incêndios florestais.

Sempre que tiver oportunidade, colha bolotas, semeie em pequenos vazos e deixe que cresçam um pouco. Depois o pequeno carvalho está pronto para ser plantado no local que preferir. No seu quintal ou numa floresta perto de si. Com a intensificação das monoculturas destrutivas do ecossistema e ambiente no geral, principalmente o eucalipto, urge que sejamos nós próprios, cidadão comuns, a lutarmos pela nossa natureza.











Informação científica: https://quercus.pt/2021/03/08/o-que-e-uma-floresta-autoctone/

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Uma História de Outono

O burburinho das atividades veraneias já lá vai e com a chegada do Outono, findas as vindimas, os afazeres do campo começam a amainar. Continua a acordar antes do sol nascer, é verdade, mas também com esta idade já não sabe ser de outra forma. Agora já sabem bem uma ou duas cavacas na lareira para acompanhar o café de cafeteria e o pão com queijo. Alimentar o vivo e dar um jeitito à horta com o apanágio da época faz-se numa manhã, daí que depois de almoço lance pernas em direção às matas, pisando a caruma molhada, em busca das relíquias micológicas com que a natureza nos brinda nesta altura do ano. São dezenas de anos a apanhar cogumelos por isso não há que ter medo de enganos. Os míscaros são os reis pela quantidade, mas os boletos são-no pela nobreza de tão admirável cogumelo. Mas as sanchas também não são para deixar para trás e ao passar à beira dos lameiros há que redobrar a atenção em busca dos tortulhos. Antes do anoitecer e com tempo de regressar a casa à luz do dia, já a cesta vem recheada. Tão bonita que podemos dizer que traz o Outono todo lá dentro. E por entre matagais de odor resinoso, caminhos antigos e carreiros, ouvindo ao longe as trindades nos sinos da igreja, lá chega a casa ainda a tempo de arranjar a colheita e fazer já a prova de alguns. Torna-se a acender a fogueira que além de aquecer o ambiente, comem-se já uns tortulhos na brasa com umas pedrinhas de sal, pois assim também se aquece a alma. Amanhã talvez ela saia para encher outra vez a cesta.


 

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