sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Carvalho, a árvore mãe

Quem nunca descansou à sombra fresca de um carvalho gigante numa tarde quente de Verão? Essa árvore mítica, bela, imponente e parte fundamental da floresta autóctone portuguesa. Um carvalho é uma árvore do género quercus, de folha caduca e existem aproximadamente 600 espécies existentes desta planta que podem atingir os mil anos de tempo de vida. De uma estética maravilhosa, mais pequenos ou maiores, dão um clima encantado às nossas matas, principalmente quando as folhas encorpam as melancólicas cores de Outono. Passear num carvalhal ou numa floresta com muitos carvalhos, desperta na nossa mente fantasias adormecidas desde crianças. Faz-nos lembrar as fadas da floresta, os duendes que vivem nos seus grossos e rugosos troncos, os animais que vivem felizes numa comunidade cheia de vida. As bolotas são a suas sementes, que com sorte são levadas por pássaros que as enterram e esquecidas por estes, acabam por brotar dando origem a um novo ser.

Fazer parte da floresta autóctone é fazer parte da originalidade e criação de um território. Desta forma, em conjunto com o castanheiro, o medronheiro, o loureiro, o sobreiro, entre outros, fazem com que as florestas estejam mais adaptadas às condições do solo e do clima do território, por isso são mais resistentes a pragas, doenças, longos períodos de seca ou de chuva intensa, em comparação com espécies introduzidas. Ajudam a manter a fertilidade do espaço rural, o equilíbrio biológico das paisagens e a diversidade dos recursos genéticos. Fazendo parte do nosso ecossistema, são importantes lugares de refúgio e reprodução para um grande número de espécies animais autóctones. Exercem um importante papel na regulação e melhoria do clima. Regulam o ciclo hidrológico e a qualidade da água, formam solo e servem ainda de matéria-prima a produtos fundamentais na vida quotidiana. Embora de crescimento mais lento, quando bem desenvolvidas, são normalmente mais resistentes e resilientes aos incêndios florestais.

Sempre que tiver oportunidade, colha bolotas, semeie em pequenos vazos e deixe que cresçam um pouco. Depois o pequeno carvalho está pronto para ser plantado no local que preferir. No seu quintal ou numa floresta perto de si. Com a intensificação das monoculturas destrutivas do ecossistema e ambiente no geral, principalmente o eucalipto, urge que sejamos nós próprios, cidadão comuns, a lutarmos pela nossa natureza.











Informação científica: https://quercus.pt/2021/03/08/o-que-e-uma-floresta-autoctone/

2 comentários:

  1. Muito bom!
    No Livro a Casa grande de Romarigães, escrito em 1957, tinha Aquilino Ribeiro 72 anos, há um excerto sobre uma bolota, a semente dos carvalhos, que é levada por um gaio. Se calhar já leu.
    A grande lição desse enxerto é que para começar uma floresta primeiro é preciso plantar uma semente, depois podem-se plantar mais...
    Bom fim de semana.

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  2. Muito Obrigado... pelo texto e fotografias.

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