Ao vislumbrar a vista ainda no avião,
não restam dúvidas que vamos aterrar num paraíso à deriva no Atlântico, a Ilha
de São Miguel, Açores. E dentro dos infindáveis lugares que esta ilha abriga, há
um que por si só já é uma maravilha, as Furnas.
Ainda antes da descida até ao lugar,
visitámos o Miradouro do Pico de Ferro, um miradouro que nos daria uma visão
total da Lagoa das Furnas não fosse o denso nevoeiro matinal que apenas nos
deixou descortinar a maravilhosa vista a espaços. Uma floresta saída de um
conto de fadas rodeia todo o local e podemos ficar tempo sem fim a contemplar
esta paisagem enquanto a nossa imaginação mergulha no romantismo da literatura
clássica.
Depois da descida curva contra curva e de
já termos o sol a fazer-nos companhia, a primeira caraterística que não deixa
dúvidas onde chegamos às Fumarolas é o cheiro a enxofre que não sendo ao
primeiro olfato muito agradável, acaba por nos conquistar e ficar no recanto da
memória como companhia de um agradável passeio. Daqui contemplamos a natureza envolvente
de outra perspetiva absolutamente arrebatadora e como não poderia deixar de
ser, os vapores que brotam do chão e os buracos que a esta altura se encontram
tapados com o famoso cozido das furnas a apurar. Cerca de cinco horas que ali
ficam até serem recolhidos para fazer as delícias dos visitantes. O crescente
número de mirones revela que está na hora da recolha pelos empregados dos
restaurantes onde depois pode ser apreciado. Ficamos a admirar a beleza daquele
espetáculo que nos abre imediatamente o apetite. Depois lá fomos nós,
inevitavelmente, provar tão famoso cozido no restaurante Caldeiras e Vulcões
que no nosso ponto de vista (e de paladar), faz jus à fama que tem.
Para ajudar à digestão fomos passear
pela vila cheia de encantos. Com a natureza e a floresta verdejante a dominar,
os vapores resultado de processos termogeológicos são um ponto de atração em
Caldeiras das Furnas, um belo parque com trilhos por entre vapores e com uma
água de nascente gaseificada ferrosa que ao segundo golo já é a nossa água
preferida. Na vila tivemos ainda a oportunidade de molhar os pés sentados à
beira rio e apreciar a forma como tudo está limpo e cuidado, fazendo-nos crer
que o que realmente importa aqui são as pessoas e o seu bem-estar. E por falar
em pessoas, que exemplo de simpatia, educação e de bem receber que são os
micaelenses.
De regresso à lagoa exploramos as suas
margens já com um nevoeiro místico a envolver a paisagem. Aqui o tempo para e
tudo parece mais bonito. Pouco antes do cair da noite lá fomos nós até mais um
ex-líbris da Furnas, a Poça da Dona Beija. Várias piscinas naturais de água bem
quente, aquecida apenas pela natureza. Por aqui nos banhamos de piscina em
piscina, qual spa abraçado pela natureza envolvente.
Ao despedirmo-nos da vila não poderíamos
deixar de comprar o pão lêvedo, tão tradicional iguaria local. E mais tempo
tivéssemos nesta acolhedora vila mais visitaríamos como o Parque Terra Nostra e
o seu jardim botânico, as Termas e outros miradouros.
Um agradecimento muito especial à
Beatriz, ao Filipe e ao Benjamim que foram uns anfitriões espetaculares e nos
permitiram ter uma grande experiência nas nossas vidas.
Fotos por Bruno Andrade. Texto por Vera Pereira e Bruno Andrade
Grande
ResponderEliminarFiquei emocionada com a vossa descrição do nosso paraíso. Aqui vivesse o presente com o que a terra nos presenteia.
ResponderEliminarA nossa casa é a vossa casa, são sempre bem-vindos para usufruir do nosso paraíso que é o Açores, um cantinho do céu em Portugal.
Beijinhos e abraços, cheios de saudades,
Beatriz Filipe e Benjamim
Obrigado nós por tudo. Cumprimentos para vós e esperemos que até breve :)
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