Fragmentos de
um passado que ainda nem passou. Um dos mais conceituados edifícios de Lisboa é
agora nada mais que um lugar assombrado pela solidão. O glamour de outrora dá
agora lugar a compartimentos escuros e destruídos, paredes grafitadas e vidros
que já estiveram intactos. O som das pingas que o tecto solta sem delicadeza
invadem-nos o imaginário isotérico que só é contrariado pelo pisar dos vidros e
pelo odor a mofo que nos segue como uma nuvem que se cola a nós desde que
penetramos as entranhas deste gigante tombado e podre.
Não obstante o
estado doentio descrito, o local reveste-se com um interesse que só o mistério e
a beleza de locais abandonados e em ruínas é capaz de nos fazer sentir ao contemplarmos um
estado que não deixa de nos seduzir, que nos empolga, fruto do nosso
imaginário.
É neste estado
que se encontra o "Panorâmico do Monsanto". O que em tempos foi um
lugar de pessoas é hoje nada mais que um lugar de fantasmas.
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